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Nova ferramenta permite exame do fundo de olho com celular

Tecnologia Smart Eye Cap desenvolvida pela USP possibilita diagnósticos, acoplando lentes à câmera do smartphone, de forma rápida e acessível
Ferramenta já existe, foi desenvolvida por alunos e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e deve chegar em setembro próximo ao mercado (foto: divulgação)

Profissionais de saúde poderão examinar fundo de olho com o celular. Vão precisar apenas de um dispositivo de baixo custo que acopla lentes à câmera do aparelho e fixa o rosto do paciente. A ferramenta já existe, foi desenvolvida por alunos e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, batizada de Smart Eye Cap, e deve chegar em setembro próximo ao mercado.

“A grande vantagem é o baixo custo. Hoje, as tecnologias existentes no mercado para este tipo de exame são muito caras. A nossa solução permite que a avaliação do fundo de olho de doenças seja levado para regiões de baixa renda, com poucos recursos, com baixo aparato tecnológico”, diz o médico Igor Fernando Almeida Teodoro.

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A ideia de conferir mais um uso ao celular surgiu em uma aula de oftalmoscopia (técnica que observa fundo de olho), ministrada pelo professor Rodrigo Jorge, durante o I Simpósio da Liga de Oftalmologia da FMRP em 2017.

“Eu comentei que a gente podia documentar o fundo de olho com um celular e, depois da aula, dois alunos vieram me procurar”, conta Jorge.

Alunos de graduação da FMRP na época, os médicos generalistas Carlos Augusto Servato Borges e Igor Fernando Almeida Teodoro discutiram a ideia com o professor e partiram para a ação.

Com a ajuda da Oficina de Precisão, da Prefeitura do Campus USP em Ribeirão Preto, obtiveram um protótipo que foi aperfeiçoado depois com outra parceira, a empresa Viewmed Equipamentos Médicos.

“Com sua mecânica e sua óptica, o dispositivo permite que a câmera do celular foque o fundo de olho e também que tire foto do segmento anterior do olho, da córnea, do cristalino, da íris, da conjuntiva”, informa o professor Jorge.

Foco

O celular é acoplado à estrutura do novo equipamento, fixando as distâncias e mobilizando a imagem para garantir o foco. Uma das principais dificuldades encontradas pelos desenvolvedores do Smart Eye Cap foi a estabilização da imagem, já que “uma mínima variação pode comprometer todo o processo diagnóstico”, acrescenta o oftalmologista Borges.

Agora, aprovada cientificamente (estudo comprovando eficiência publicado no International Journal of Retina and Vitreous) e patenteada, a novidade passa pelos últimos ajustes e está com previsão de lançamento no mercado para setembro próximo.

Fonte: Jornal da USP