Em carta ao presidente ao presidente Vladimir Putin, Pelé pediu o fim da invasão russa à Ucrânia. O apelo aconteceu em meio à partida da seleção ucraniana contra a Escócia pelas Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar, na quarta-feira (1º). O jogo fora adiado em março.
“Eu quero utilizar a partida de hoje como uma oportunidade de fazer um pedido: pare com essa invasão. Não existem argumentos que justifiquem a violência”, escreveu o tricampeão mundial de futebol, em carta publicada no Instagram.
Pelé classificou o conflito como “perverso e injustificável”, assim como todos os outros, que nada traz, além de dor, medo, terror e angústia. “Não há razão para que ele perdure ainda mais tempo”.
O Rei do Futebol recordou do encontro em Moscou que teve com Putin, em 2017, durante a Copa das Confederações, torneio que precedeu a Copa do Mundo da Rússia realizada um ano depois.
“Quando nos conhecemos no passado e trocamos um grande sorriso acompanhado de um longo aperto de mão, era inimaginável que poderíamos um dia estar tão divididos quanto estamos hoje”, lembrou.
Pelé relatou, ainda, ter vivido oito décadas, nas quais testemunhou guerras e disse ter visto líderes bradando ódio em nome da segurança do próprio povo. “Não podemos regredir a esses tempos”, conclamou.
Em 1969, o Santos de Pelé parou uma guerra civil na Nigéria, ao jogar uma partida amistosa em Benin City. Um cessar-fogo foi decretado para que a equipe se deslocasse do hotel para o estádio com segurança. No dia seguinte, o conflito foi retomado.
“Anos atrás, eu prometi para mim mesmo que, enquanto eu conseguir, sempre levantarei minha voz a favor da paz. O poder de dar um fim a este conflito (na Ucrânia) está nas suas mãos. As mesmas que apertei em Moscou, no nosso último encontro em 2017”, finalizou Pelé.