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Brinquedos com peças do lixo encantam crianças em Maceió

Artista José Paulo expôs objetos com material reciclável e conscientizou creche municipal sobre reutilização de materiais
Cachorro feito com peças retiradas do lixo encanta criança, em creche municipal / Foto: Jamerson Soares

Lucas Barbosa (4) se divertiu bastante com um brinquedo pouco comum: um cachorro feito com peças de ferro retiradas do lixo. “A cabeça balançava quando a gente tocava”, comentou. A peça, criada pelo artista José Paulo (66), foi exposta num Centro Municipal de Educação (CMEI) no bairro Cidade Universitária, em Maceió.

“Eu me senti feliz vendo os animais. Gostei muito do dinossauro grande e de um bicho que tinha uma caixa de som. As cabeças balançavam quando a gente tocada”, comentou o pequeno Lucas. Além deles, outras 170 crianças apreciaram e aprovaram o talento do Mestre José Paulo, que faz do lixo arte de alto nível.

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Para a professora Rozana Melo, a transformação das peças retiradas contribui para aguçar a sensibilidade do olhar da criançada. “A arte auxilia no desempenho da criança, abre novas possibilidades para pensar e criar, como também para se desenvolver de uma forma geral”, explicou a educadora.

Professora Rozana com artista José Paulo: conscientização de crianças Foto: Jamerson Soares

 

Conscientização sobre reciclagem

Entre uma observação de outra, os alunos da creche foram sendo conscientizados pelos professores e pelo artista José Paulo sobre a importância da reutilização de diversos materiais que, geralmente, são jogados no lixo, como esponjas, tampas de garrafa pet e brinquedos criados a partir de garrafas descartáveis.

Kauane dos Santos (5), outra criança impactada pelas obras de arte, também gostou mesmo do cachorro feito com peças de ferro. “Gosto deste tipo de animal. Me senti feliz”, avisou o pequenino, diante do artista, que começou a criar brinquedos muito cedo, quando tinha oito anos, em Chã Preta, sua terra-natal.

Ele fazia brinquedos com laranja, linha e tampas de garrafa. Desde então, não parou mais. Já expôs peças em shopping centers e em diversos lugares públicos e privados, na capital e no interior. Para o artista, a possibilidade de expor seu trabalho em escolas e creches é sinônimo de muita felicidade.

“Eu me sinto rico, feliz, porque estou tirando a sujeira do lixo e estou dando vida a um pedaço de ferro, um pedaço de pneu, uma pedra, uma madeira, tudo se transforma em uma obra, basta gostar e querer fazer. Arte ensina. Hoje foi bacana. Isso me renova”, comentou.