Sete cooperativas e associações vão participar do Alagostoso. O evento gratuito será realizado no dia 29, no Senac Alagoas (Poço), e oferecerá degustação, rodada de negócios e comercialização de produtos da agricultura familiar e do extrativismo sustentável de Alagoas.
As cooperativas e associações participantes trabalham com produtos da sociobiodiversidade, como umbu, ouricuri, caju, pimenta-rosa, cacau e mel. A proposta é aproximar esses produtores de empresários de bares, restaurantes, empórios e outros empreendedores gastronômicos da capital.
A idealização do evento nasceu da inquietação da bióloga e pesquisadora da UFAL, Flávia Moura, que durante suas andanças pelo interior do estado descobriu um verdadeiro tesouro de sabores e saberes.
“Percebi que havia uma riqueza imensa sendo produzida por comunidades extrativistas, mas que ficava restrita às feiras locais. O Alagostoso nasceu do desejo de criar pontes entre o campo e a cidade, entre quem produz e quem consome”, explica.
Com apoio do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi feito um mapeamento das cadeias produtivas, capacidade de produção e adequações legais das cooperativas, preparando o terreno para este grande encontro.
“É mais do que um evento. É um movimento. Estamos unindo sabores autênticos, geração de renda, conservação ambiental e inovação gastronômica num só lugar”, conclui Flávia.
O Alagostoso é uma realização do SFB/MMA, UFAL e Governo do Estado de Alagoas (Edital de Valorização da Gastronomia Alagoana – Nº 13/2024), com apoio do Senac Alagoas.
Caju
Durante a safra de novembro a janeiro, o caju se torna o ouro doce de Piaçabuçu. Farto, ele toma conta das feiras livres da cidade. Quando não vendido, é doado, transformado em sucos, doces — ou simplesmente se perde, apodrecendo ao sol.
Para evitar esse desperdício, a Cooperativa Ecoagroextrativista (@coopearp) passou a transformar o fruto em doces prontos para o consumo, agregando valor ao que antes era descartado.
No Alagostoso, a Coopearp vai apresentar parte desse trabalho, levando o doce de caju, a pimenta rosa, além de geleias de mangaba e tamarindo — produtos que expressam o sabor e a identidade da agricultura familiar da região.
Uma das 28 mulheres da Coopearp é Rita Paula dos Santos. “Em Piaçabuçu não passamos fome, tem uma riqueza de frutas e o Rio São Francisco, e com a cooperativa nada se perde, se transforma em doces. E a pimenta rosa tem mercado certo, mas queremos no Alagostoso conquistar novos mercados”, disse Rita Paula.
De Senador Rui Palmeira, a Cooperativa Cactus (@cactus.docurasdosertao) apresenta uma linha criativa e ousada com produtos como a geleia extra picante de umbu, umbunana com gengibre, licuri cristalizado e doce integral de umbu — tudo feito a partir de frutos nativos e em harmonia com o bioma local.
De Santana do Ipanema, chegam o molho artesanal de tomate cereja com manjericão e a geleia premium de acerola picante da Associação dos Agricultores Familiares de Santana do Ipanema (@associacao_afsi).
Já Palmeira dos Índios traz sua estrela: a jabuticaba, transformada em compotas, geleias, molhos defumados e até um fermentado conhecido como, vinho de Jabuticaba da Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa (@coopcam_agroindustria).
Capital
Maceió também marca presença com a Uniprópolis (@unipropolisoficial), levando mel e própolis da capital. E como convidado especial, o Cacau Matriz (@cacaumatriz_) apresenta seus chocolates produzidos em Matriz de Camaragibe, com cacau cultivado também em outras cidades alagoanas.
O evento é gratuito e contará com degustações, rodada de negócios e comercialização de produtos do extrativismo sustentável. Uma oportunidade de saborear e valorizar os saberes e sabores do interior alagoano.
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