De 14 a 21 de dezembro é promovida, em todo o Brasil, a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. A iniciativa tem como objetivo incentivar e conscientizar sobre a importância desse ato que salva vidas, além de esclarecer e captar novos doadores. Em Alagoas, segundo dados do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), existem 269 pessoas aguardando por um doador compatível.
“No estado, temos 64.613 doadores cadastrados, sendo que para aumentarmos as chances de encontrar alguém compatível, seria necessário que tivéssemos 100 mil doadores cadastrados”, observa Rayara Andrade, assistente social do Setor da Captação de Doadores de Sangue e Medula Óssea do Hemocentro de Alagoas (Hemoal).
Diante do quadro, ela chama a atenção para a importância de ser um doador voluntário.
“Existem crianças aguardando o seu anjo da guarda, para continuar brincando, tendo novas experiências, crescendo ao lado da sua família. A nossa luta é pela conscientização sobre a importância de ser um doador voluntário de medula óssea”, afirma Rayara Andrade.
Como doar
Para ser um doador de medula óssea, Rayara Andrade informa que é necessário que o voluntário compareça ao Hemocentro de Alagoas e faça o cadastro.
“Após preencher uma ficha com os dados, será coletada uma pequena amostra de 5 ml de sangue, para cadastrar no sistema os dados genéticos desse doador no sistema do Redome. Para se cadastrar é necessário ter entre 18 e 35 anos, não ser portador de doenças transmissíveis e não ter tido nenhum tipo de câncer”, cita.
Após encontrar um doador compatível, o voluntário irá passar por uma entrevista com o médico responsável pela doação e decidirá qual a melhor forma de doar a medula óssea, pontua a assistente social.
“Existem duas formas para doar a medula óssea: a primeira seria pela forma tradicional, através da punção direta na crista ilíaca, localizada na região da bacia. É importante destacar que não tem nada a ver com a coluna vertebral do doador, sendo utilizada anestesia para que a doação seja a mais tranquila possível. E a outra forma é a doação pelas veias periféricas, parecida com a doação de sangue. Mas para isso o doador precisa ter uma veia calibrosa. Tanto uma doação quanto a outra são seguras para o doador”, observa.
Rayara Andrade enfatiza que não existe nenhum dano à saúde do doador voluntário.
“E a maior importância de se fazer o cadastro para a doação de medula óssea é a de salvar a vida desse paciente, que já tentou todas as formas de tratamento e não teve êxito, sendo necessário passar pelo transplante de medula óssea para continuar tendo uma qualidade de vida e possa viver momentos felizes ao lado da sua família”, conclui.
Anjo da guarda
A alagoana Melissa, 12 anos, encontrou o seu anjo da guarda. Ela aguardava por uma doação compatível desde dezembro do ano passado, quando foi diagnosticada com leucemia. A boa notícia veio quatro meses depois.
“A compatibilidade se confirmou e a doadora foi localizada: uma jovem canadense de 20 anos que nos disse sim e salvou as nossas vidas”, celebrou a professora Josiane Luna.
“Para nós, a doadora é o anjo que Deus enviou para que a Mel fosse curada. Vivemos dias muito difíceis e não sabíamos se teríamos a chance de ver a nossa filha crescer, mas através desse gesto tão nobre e altruísta por parte da doadora estamos tendo uma segunda chance”, agradeceu.
O pós-transplante dela tem sido surpreendente, revela a mãe.
“Ela tem evoluído muito bem e dia 10 deste mês, chegamos ao tão sonhado D+180, que são os 180 dias pós-transplante. O D+180 é um marco muito importante. Hoje a Mel já está liberada para socializar sem máscara (exceto em locais fechados como cinemas), está sem restrições alimentares e começou a refazer o calendário vacinal”, comemora.