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Canudo biodegradável está prestes a ganhar o mercado em Alagoas

Foi o 1º produto desenvolvido sob orientação professora Danielle Martins, do Ifal Campus Batalha, a receber depósito de patente
Canudo biodegradável foi apresentado pela primeira vez durante a Mostra Multidisciplinar do Campus Batalha, em 2019 (fotos: divulgação)

O Alagoas Notícia Boa mostrou aqui, na semana passada, o ketchup feito à base de beterraba desenvolvido pela professora do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) Campus Batalha, Danielle Martins. O produto foi o segundo a receber o depósito de patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O primeiro, entretanto, saiu para o canudo biodegradável criado a partir da cera de abelha, em setembro de 2021. O produto está prestes a ganhar o mercado alagoano e deve começar a ser comercializado no segundo semestre deste ano.

“Já surgiu interesse de uma empresa que tem o conceito da sustentabilidade, são dois sócios que moram em Maceió. Eles já entraram em contato comigo porque querem vender o produto na capital alagoana. No entanto, esse feito só vai acontecer a partir do segundo semestre deste ano”, comemora Danielle Martins.

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A professora foi orientadora das alunas do curso Técnico em Agroindústria, Ingrid da Silva e Matilde Ferreira, na criação e desenvolvimento do canudo biodegradável. A exemplo do Ketchup à base de beterraba, elas também contaram com a colaboração dos pesquisados do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN).

Canudos de plástico podem levar até 500 anos para se decompor com sérias consequências, principalmente para a fauna e flora marinhas. Muitos animais engolem micropartículas ou até mesmo o canudo por inteiro ao confundirem com alimentos e chegam a morrer.

Danielle conta que a ideia de desenvolver um produto biodegradável surgiu em meio à repercussão das imagens dolorosas, que correram o mundo, de uma tartaruga resgatada com um canudo de plástico enroscado nas narinas.

“A partir daí a gente percebeu a necessidade de um canudo biodegradável”, recordou. “As meninas vieram com a ideia do canudo, mas a gente não sabia de qual material fazê-lo. Então eu pensei: tem que ser um material maleável e sustentável”.

Professora (centro) foi orientadora das alunas do curso Técnico em Agroindústria, Ingrid da Silva e Matilde Ferreira

Foi aí que entrou a cera de abelha, um subproduto apícola muito utilizado na fabricação de cosméticos e até de velas. Outro fator agregador é que a matéria-prima é produzida ali mesmo, no Sertão alagoano.

“Juntamos o útil ao agradável, agregando valor a essa cera. Propiciamos, então, uma menor degradação ao meio ambiente e, também, podemos beneficiar os pequenos apicultores da região”, observa a professora.

Ela explica que o canudo à base de cera de abelha tem diferentes colorações.

“Isso acontece porque a gente não usou só a cera in natura, mas também colocou um corante alimentício para poder ter essa variedade. O canudo, porém, não permite que haja interação de odores e sabores com a bebida. Fizemos testes físico-químicos para ver a questão da resistência e da qualidade desse canudo e os resultados foram muito positivos. Então é um produto que pode sim ir para o mercado”, concluiu.

O canudo biodegradável foi apresentado pela primeira vez durante a Mostra Multidisciplinar do Campus Batalha, em 2019.