Mais de 500 toneladas de alimentos devem ser comercializadas durante a 23ª edição da Feira da Reforma Agrária, que teve início nessa quarta-feira (4), na Praça da Faculdade, em Maceió, e segue até o sábado (7).
Promovido anualmente pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o evento tem o objetivo de compartilhar com a cidade a produção dos acampamentos e assentamentos coordenados pela organização social.
De acordo com a coordenação do MST em Alagoas, 150 agricultores dividem o espaço, na Praça da Faculdade, ofertando produtos saudáveis e livres de agrotóxicos, a preço justo.
Mas a proposta do encontro vai além da comercialização das delícias trazidas diretamente do campo: debates, oficinas e atividades culturais diversificam a programação, possibilitando um mergulho dos visitantes na relação dos camponeses com a terra, estabelecida a partir de uma trajetória de resistência.
“Convidamos toda a população de Maceió para essa confraternização entre campo e cidade com sabor de luta. A luta pela Reforma Agrária é por terra e pão na mesa dos brasileiros e brasileiras, mas também por poesia, arte e tudo que alimenta a alma com a mística da causa popular”, expressa Ana Antunes, do Setor de Cultura do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A programação completa do evento pode ser encontrada no site do MST.
Reconhecimento
Como forma de reconhecimento às pautas e ações promovidas pelos trabalhadores rurais, o governador Paulo Dantas sancionou, em 2023, a lei nº 8.945/2023, que incluiu no Calendário Oficial de Eventos do Estado de Alagoas a “Semana da Feira da Reforma Agrária”, a ser realizada anualmente, no mês de setembro.
Para o diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária (Iteral), Jaime Silva, a valorização da agenda dos movimentos sociais reflete o compromisso do Governo de Alagoas com a reforma agrária e o desenvolvimento socioeconômico dos agricultores familiares.
“O Governo de Alagoas mantém um canal de diálogo aberto com os movimentos sociais e seguirá apoiando iniciativas que fomentem a inclusão produtiva de famílias acampadas e assentadas. A manutenção da paz no campo e o desenvolvimento das comunidades rurais passa, necessariamente, pela democratização do acesso à terra e a garantia de direitos aos pequenos produtores em situação de vulnerabilidade. Por isso, valorizamos muito a construção de um diálogo colaborativo com o MST e as demais organizações de luta agrária”, afirma o gestor da autarquia estadual.