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Primeira usina alagoana de energia elétrica por biogás entra em operação

Produto é oriundo do metano, gás produzido no processo de decomposição do lixo; unidade tem capacidade para gerar 1 megawatt/hora
Usina está implantada no Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) Metropolitana, no Pilar (fotos: Assessoria)

Entrou em funcionamento, nesta quinta-feira (17), a primeira usina alagoana de geração de energia elétrica por biogás oriundo do metano, gás produzido no processo de decomposição do lixo. A unidade está implantada no Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) Metropolitana, localizado no município de Pilar, e tem capacidade para gerar um megawatt/hora de energia, suficientes para suprir a rede elétrica de cinco mil unidades residenciais.

O projeto, da Alagoas Ambiental, amplia a atuação do empreendimento, que já transforma o chorume em água limpa e a metralha em material nobre de construção civil. De acordo com Tarcísio Neto, um dos administradores da empresa, a energia elétrica produzida será lançada na rede de distribuição da Equatorial, permitindo descontos de até 12% na conta de quem utilizar a fonte do biogás.

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“Diferente do que ocorre com a energia solar, o usuário não precisa realizar nenhum investimento na aquisição de equipamentos. A energia será gerada na usina do CTR do Pilar e comercializada pelo sistema de compensação na rede da Equatorial. Para essa parte da comercialização, fizemos uma parceria com o Grupo Gera, que tem vasta experiência nessa área”, esclarece.

O gestor ressalta também o ganho ambiental que a usina proporcionará: são mais de 600 toneladas de CO² por ano que deixarão de ser lançadas no meio ambiente, colaborando para redução da emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa e alterações climáticas.

Em decorrência da diminuição desse poluente, a empresa pretende adquirir créditos de carbono, uma espécie de moeda de troca para quem reduz a emissão do gás carbônico na atmosfera, que pode ser comercializada com países que têm metas a cumprir, nessa seara ambiental.

FNE Verde

Pela parceria com o Banco do Nordeste, a empresa apostou no FNE Verde, linha do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, destinada a investimentos ambientalmente sustentáveis, para diversificar e modernizar seu trabalho.

“Podemos considerar essa usina um marco para as ações empresariais que primam pela visão da sustentabilidade e responsabilidade socioambiental nos negócios. Produzir energia elétrica por meio do gás gerado pelo lixo estimula a cultura de uso da energia limpa, beneficia o meio ambiente, reduz custos de processos produtivos e mostra as vantagens da produção sustentável”, destaca o superintendente Estadual do BNB em Alagoas, Sidinei Reis.

Ele ressalta ainda o crescimento dos contratos realizados com o Banco, no Estado, para financiamentos com recursos do FNE Verde, que foi de 78%, ano passado, em relação a 2020.

Sustentabilidade

A Alagoas Ambiental é pioneira também, em Alagoas, na transformação do chorume produzido pela decomposição do lixo em água limpa. O processo ocorre nos CTRs de Craíbas (outra unidade da empresa) e de Pilar.

Empresa já transforma o chorume em água limpa e a metralha em material nobre de construção civil

As máquinas necessárias para isso são de tecnologia alemã e também foram adquiridas por meio do crédito verde do BNB. Atualmente, as duas unidades geram 160 empregos diretos e atendem 71 municípios alagoanos, além do setor produtivo privado, e recebem, juntas, cerca de 1.450 toneladas/dia de resíduos de todos os tipos, incluindo os oriundos da área de saúde, que precisam de especificidade maior de tratamento, como esterilização e incineração.

Outro CTR está em construção na cidade de Delmiro Gouveia, com previsão de inauguração para esse ano ainda. Ao mostrar a lagoa de água limpa, fruto da transformação do chorume, o administrador repete uma frase inspirada no slogan da empresa: “Transformamos lixo em vida”. E, de fato, são cerca de 200 m³/dia de chorume que, livre de impurezas, por meio de um processo chamado de osmose reversa, abastece uma lagoa de 9.000 m³ para criação de peixes.

O investimento em sustentabilidade não para por aí. Também com apoio do BNB, foi possível a construção de uma usina de reciclagem da construção civil, em que metralha se transforma em brita, de até sete granulações, areia, entre outros produtos que são reintroduzidos na cadeia produtiva.

A empresa possui ainda uma área destinada à educação ambiental, com horta, pomar, mudário, criação de pequenos animais e auditório para atendimento de escolas e cetros educacionais.