Por definição, patrimônio histórico e cultural é tudo aquilo produzido por determinada sociedade, sejam bens materiais ou imateriais – como artes e saberes populares. Um conjunto de referências e conhecimentos que refletem a identidade de um povo.
Para sensibilizar os alagoanos sobre a importância de defender sua própria memória, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Alagoas (IAB/AL) lançou o projeto Da Gema ao Sal, um ciclo de oficinas de valorização do patrimônio histórico, preservação e educação patrimonial, que acontecerá em Maceió, Arapiraca e Marechal Deodoro.
Idealizado pelo IAB/AL, o projeto está sendo realizado com recurso da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, operacionalizado pelo Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa.
O objetivo é sensibilizar e capacitar profissionais e estudantes de Arquitetura e Urbanismo, fazedores de cultura e sociedade, para a preservação dos patrimônios materiais e imateriais de Alagoas, explica o presidente do IAB/AL, Pablo Fernandes.
“Vamos debater e produzir conhecimento de forma coletiva, abordando questões como os impactos físicos e culturais nos bairros de Maceió atingidos pela Braskem, saberes populares de Arapiraca e também promovendo treinamento técnico sobre restauro e conservação de prédios históricos, em Marechal Deodoro. O projeto é uma mostra do papel social dos arquitetos e urbanistas na dinâmica histórica das cidades”, destaca o presidente do IAB/AL.
Expressão popular
A coordenadora do projeto, a arquiteta de Arapiraca Rosângela Carvalho, conta que o nome “Da Gema ao Sal” criado pelo arquiteto Sandro Gama faz referência à expressão popular “da gema” e uma desconstrução da palavra Sal-gema.
A ideia do instituto foi provocar a reflexão social sobre a amplitude dos danos provocados pela extração desenfreada do minério.
Ela destaca que o crime ambiental que afetou definitivamente a vida de moradores, também atingiu a produção de expressões culturais. A exemplo de grupos de folguedos que deixaram de se reunir por não terem mais espaço físico ou terem mudado dos bairros atingidos perdendo suas relações de vizinhança.
“A partir desta desconstrução, queremos estimular o pensamento de preservação dos nossos patrimônios materiais e saberes culturais, iniciando em Maceió e expandindo para Arapiraca, segunda maior cidade do estado, e Marechal Deodoro, berço do patrimônio histórico. Afinal, somos alagoanos da gema e a nossa cultura é o nosso tempero”, defende Rosângela.
Programação
O ciclo de oficinas será presencial e contará com quatro atividades. A abertura está marcada para 10 de maio, com a mesa redonda Identidade, Memória e Poder Cultural, às 18h30, no auditório da N3 Coworking, Parque Shopping Maceió, gratuita e aberta a toda sociedade.
A oficina de Maceió inicia no dia 18 de maio, no mesmo local com o tema “Cartografia afetiva dos bairros afundados: perdas e patrimônios sensíveis”.
Em Arapiraca tem início no dia 6 de julho, com abordagem sobre “Patrimônio Imaterial no Agreste Alagoano e Políticas Públicas Culturais”, na sede do Phi Criativo.
Podem se inscrever profissionais e estudantes de Arquitetura e Urbanismo (AU), além de pessoas que produzam saberes culturais, seja arte, artesanato, literatura, integrantes de grupos folclóricos, musicais e expressões populares.
Já em Marechal Deodoro, a capacitação é exclusiva para profissionais de AU, sobre “Noções de técnicas de Restauro e Conservação Arquitetônica”, realizada em parceria com Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo de Alagoas (CAU/AL). A atividade está prevista para iniciar em 17 de agosto.
As inscrições já estão abertas e a programação completa de cada oficina pode ser acessada pela plataforma Sympla.com.br/iabalagoas.
SERVIÇO
O quê: Projeto Da Gema ao Sal – Ciclo de oficinas de valorização do patrimônio histórico e cultural de Alagoas
Quando: Abertura, 10 de maio, 18h30 – GRATUITA
Onde: Auditório do N3 Coworking, Parque Shopping Maceió, Cruz das Almas
Informações e Inscrições: sympla.com.br/iabalagoas | @iab.alagoas
