O estado de Alagoas celebrou um acordo de cooperação técnica para utilizar os dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG). A ação é inédita no Nordeste, e foi realizada pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e o Observatório do Clima (LabOC/SEEG).
Com o acordo, os dados sobre as emissões em território alagoano serão utilizados para elaboração e implementação de políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas.
De acordo com o IMA, o marco representa mais um avanço do Estado em pautas ambientais, e consolida Alagoas como a terceira unidade da federação a assinar o acordo, se unindo ao Rio de Janeiro e São Paulo.
Ramon Salgueiro, gerente do setor de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade do IMA, explica que essa parceria vai colaborar para a elaboração do inventário estadual de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).
“Isso significa que as informações são trocadas de forma mútua e transparente, permitindo que o IMA contribua para a atualização contínua dos dados do SEEG sem comprometer a integridade de sua base de informações”, pontua Salgueiro.
Segundo ele, o acesso a esses dados permite identificar os setores que mais emitem GEE, e com isso, iniciar a elaboração, junto a outras secretarias, do Plano de Ação Climática (PAC), ao estabelecer metas setoriais de redução de emissões de gases.
Essa medida também reforça a construção de uma agenda climática em Alagoas. Para isso, o IMA implementou em seu quadro técnico a Gerência de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade (Geclim), com o intuito de aproximar o estado às diretrizes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Cenário atual
De acordo com os últimos dados fornecidos pelo SEEG, e um balanço feito pela equipe da Geclim do IMA, o setor que mais emitiu GEE entre 1990 e 2021 foi o da agropecuária, com cerca de 40% do total de emissões do estado.
O IMA, juntamente com a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri) e outras secretarias, faz parte do Grupo Gestor Estadual (GGE) do Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC), cujas ações de promoção aos sistemas de plantio direto, agroflorestais e de integração lavoura-pecuária, possuem potencial para contribuir com a melhoria climática do estado.