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Projeto usa monitoramento por satélite para conservação de tartarugas

Expedição está sendo realizada na APA Costa dos Corais para marcação e posterior soltura desses animais
Primeira tartaruga desta etapa da expedição será devolvida à natureza nesta sexta-feira (15), por volta das 13 horas, na Praia do Patacho, em Porto de Pedras, já com o transmissor instalado (fotos: cortesia)

Equipes do Laboratório de Biologia Marinha e Conservação (Lamarc), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e do Instituto Biota de Conservação iniciaram, esta semana, mais uma expedição de um projeto que utiliza transmissores por satélite para monitorar e estudar as tartarugas marinhas na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, Litoral Norte do estado.

O trabalho consiste na captura e marcação de alguns animais que recebem esses transmissores. Com os dados captados via satélite, os pesquisadores saberão quais áreas as tartarugas marinhas usam para, por exemplo, se alimentar e dormir. Dessa forma, poderão entender melhor a biologia delas e definir quais áreas são prioritários para a conservação das espécies.

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O primeiro animal desta etapa da expedição – uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) – já foi capturado e será devolvido à natureza nesta sexta-feira (15), por volta das 13 horas, na Praia do Patacho, em Porto de Pedras, já com o transmissor instalado para a geração dos dados científicos, que vão consubstanciar o projeto.

“Estamos tentando saber onde se alimentam, onde dormem, e pra isso a gente vai instalar transmissores que emitem um sinal que vai até o satélite. Assim, vamos conseguir mapear a área de vida delas. São informações fundamentais para entender a biologia do animal e também para fazer o trabalho de conservação”, explica o coordenador do Larmac, professor Robson dos Santos.

Tecnologia nordestina

Pesquisadores ressaltam que o projeto em execução fomentou o desenvolvimento da tecnologia de transmissores no Brasil, junto à Nortronic, fabricante nordestino de equipamentos para o rastreio e monitoramento de animais. De acordo com eles, até então todos os transmissores usados no Brasil eram importados.

“Se tivermos sucesso nesta campanha, além de ajudar na conservação das tartarugas marinhas, iremos ajudar também o desenvolvimento de uma tecnologia nacional para o monitoramento destas espécies”, destaca o presidente do Instituto Biota, Bruno Stefanis.

Tartaruga recebe transmissor para geração de dados por satélite

Um documentário sobre os resultados do projeto está sendo produzido. O trabalho científico é financiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, e conta com apoio do Programa Ecológico de Longa Duração da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais Alagoas (PELD APACC-AL).

APA Costa dos Corais

De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a APA Costa dos Corais é a maior unidade de conservação federal marinha costeira do Brasil. Possui mais de 400 mil hectares de área e cerca de 120 km de praia e mangues.

Após instalação do equipamento, animal é devolvido à natureza

Trata-se de uma unidade de uso sustentável. Busca-se, assim, coadunar os objetivos de conservação/preservação ambiental e os usos direto (pesca) e indireto (turismo e pesquisa) dos recursos naturais de maneira sustentável.