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Galeria expõe artesanato produzido por reeducandos

Peças de crochê, renda de filé e madeira podem ser adquiridas na galeria Mulher Rendeira, no Pontal da Barra, Maceió
Reeducando confecciona uma das peças expostas na Galeria da Mulher, no Pontal da Barra, em Maceió

Alagoanos e turistas podem adquirir, na Galeria da Mulher Rendeira, no Pontal da Barra, em Maceió, artesanato produzido por reeducandos, por meio da Fábrica da Esperança, projeto da Secretaria da Ressocialização e Inclusão Social (Seris).

Cerca de 150 peças de crochê, renda de filé e madeira estão no espaço, que recebe trabalho de artistas de todo o estado.

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Recolhido há quase quatro anos, M.B.O, 55 anos, sobrevivia do ofício de pedreiro antes de ser preso. “Fui selecionado para o Núcleo (Ressocializador da Capital), quando comecei na Fábrica de Esperança e conheci o filé. Eu nunca tinha visto e nem feito”, recorda.

M.B.O é referência na Fábrica de Esperança quando se fala nesse tipo de artesanato. “Eu gosto de fazer o que eu faço. Parece diferente do que fazia antes, quando eu era pedreiro. É um trabalho manual, que exige ficar quieto, concentrar”, declara o reeducando.

Reeducando descobriu talento para confeccionar peças de filé, tradição em Alagoas

N.S.F, 53 anos, outro reeducando, tem demonstrado muito talento com peças de filé, da marcenaria. “Eu tinha um certo conhecimento, mas aqui eu me aperfeiçoei. Eu gosto mais da área da marcenaria porque faz parte do meu trabalho lá fora, na construção civil”, comentou.

Pagamento de pena e talento artístico

“A gente vê que mãos que fizeram algo que não nos convêm já estão pagando pela sua pena e conseguem fazer um trabalho belíssimo e trazer para o pólo turístico de grande relevância”, finaliza Evany Vianei, da Gerência de Trabalho, Renda e Assistência Social (GTRA).

“Quando o turista entra na Galeria e a gente conta a história, isso que é o interessante. Não está aqui somente para vender o artesanato, está aqui para contar a história”, diz a empreendedora Lucineide Gomes, proprietária da galeria, que existe desde 2019.

A galeria prioriza produtos regionais de madeira, de cerâmica, bordado e palhas. “Convidamos artesãos e mestres como Jasson, de Belo Monte, Aberaldo, da Ilha do Ferro, mestre André, patrimônio vivo de Boca da Mata”, completa Lucineide.