Detentora de um dos mais extensos mixes de produtos do mercado brasileiro, a Pindorama vai aumentar ainda mais essa lista. A usina da Cooperativa está ampliando sua destilaria com a finalidade de fabricar o etanol anidro a partir do milho.
O investimento na instalação de mais uma torre de destilação vai possibilitar que o etanol anidro de milho passe a ser fabricado. A torre terá capacidade de produção de 150 mil litros de etanol por dia.
A Usina Pindorama já fábrica os etanóis hidratado e anidro da cana-de-açúcar, além do hidratado do milho, mas ainda não havia iniciado a produção do anidro a partir do cereal.
Gerente industrial da Usina Pindorama, Erikson Viana explica as diferenças entre etanol hidratado e anidro.
“O etanol hidratado conta com 7% de água em sua composição, somados aos 93% de álcool, enquanto o anidro é puro, com 99,9% de álcool. O etanol hidratado é o que vai para a bomba de combustível e, dela, direto para os veículos. Já o anidro é utilizado na mistura com a gasolina”, explicou Viana.
No Brasil, a gasolina que vai às bombas dos postos de combustíveis conta com uma mistura de 27,5% de álcool anidro em sua composição.
De acordo com o diretor Antônio de Oliveira, fabricar os dois tipos de etanol é de grande importância para a indústria, oportunizando a geração de lucros mesmo em meio à variação do mercado.
“Essa variedade do produto nos possibilita produzir com base na necessidade do mercado. Dependendo disso, há momentos em que optamos por fabricar mais anidro; em outros, mais hidratado, ou em quantidades iguais. O que muito baliza nossa decisão de investir em uma torre para o etanol anidro do milho é a forma como o mercado se comporta”, pontou Oliveira.
Segundo Erikson Viana, a previsão é de que a produção de etanol anidro a partir do milho já comece no início de setembro, coincidindo com a abertura da safra 23/24 de cana-de-açúcar.
Expectativa
O governo federal estuda a possibilidade de ampliar o percentual de etanol na mistura com a gasolina dos 27,5% atuais para 30%. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, revelou que o assunto está em estudo.
“A ideia é passar para 30%. Vamos ter a gasolina mais limpa do mundo, além do carro flex, com etanol e gasolina”, disse Alckmin, durante um evento em Passo Fundo (RS) para o início da construção de uma nova usina de biocombustível.
Em uma estimativa inicial, o ministério de Minas e Energia acredita que o aumento da quantidade de etanol na gasolina fará com que 2,8 milhões de toneladas de CO2 deixem de ser geradas anualmente.
Para a indústria do etanol, será uma boa notícia pois elevaria o consumo do combustível em 1,3 bilhão de litros.